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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Lentocilin S2400

Ontem, em conversa com uma amiga enfermeira, a enfermeira C., relembrei a minha velha amiga Lentocilin...não, não é russa ou do país Basco...é apenas "pó e veículo para suspensão injetável de um grupo de medicamentos chamados penicilinas"...ou seja, "uma injeção tramada, dói para caramba e se for mal dada, obriga a nova picada e isso não é nada fixe".

Hoje relembro-a com alguma saudade pelos momentos que me proporcionou... (ai Lentocilin...) 
Saudade, saudade...
Resultado da minha relação com a Lentocilin, defini uma teoria: a eficácia do enfermeiro neste tipo de injeção depende da sua personalidade, podendo ter um resultado positivo ou negativo. Mas foi no posto de saúde do Santuário de Fátima que eu consegui provar a minha teoria.

Recordo dois momentos.
O primeiro: enfermeiro novito, tipo 20 e poucos anos, usava óculos, muito nervoso...Olhar de compaixão, dó e misericórdia. Apresentou a Lentocilin como um demónio... 
...que podia chamar-se Perpétua...
Resultado: correu mal. Metade do líquido esguichou para os seus óculos, outra metade na minha roupa e zonas contíguas ao local, ou seja, as nádegas. Muito atrapalhado e corado, desfez-se em mil desculpas, arranjou-me montes de compressas para me limpar, picou novamente, terminou a administração da dita e, quando, eu já estava a ir embora, voltei atrás e lembrei-o: "se calhar é melhor limpar os seus óculos!"
Podia ser útil neste caso.
O segundo: uma enfermeira, freira, reformada, com ar rude, decidida, provavelmente campeã no lançamento de dardo ou jogo de setas. Olhar resignado, conformado e sereno. Perguntou o meu nome (ora bolas...aqui fiquei perdida, pois era uma nova abordagem!) e de seguida, enquanto me dava a injeção disse o seguinte:
"Receba nosso Senhor este sacrifício da sua serva Rita, que tanto sofre neste mundo"!
Senti-me assim, um cordeirinho.




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